Quantcast
Channel: Instituto Ludwig von Mises Portugal » Socialismo
Viewing all articles
Browse latest Browse all 50

“Liberal Fascista”– típico comentário do facebook

$
0
0

Captura de ecrã 2015-10-27, às 00.50.20Tal como está ali no canto direito desta página que lêem, o IMP defende o direito à Liberdade, à Propriedade e à Paz. Logo, defendemos muito menos Estado, muito menos regulação, muito menos impostos, o combate à inflação, a poupança, dentro das possibilidades, como forma de prevenir eventualidades futuras e de possibilitar o investimento.

Liberdade não é os mais ricos andarem a financiar, através dos seus impostos (com taxas gigantes que a esquerda quer aumentar), subsídios para os mais pobres. Depois admiram-se que os “cérebros” saem de cá, que os portugueses vão abrir grandes negócios lá fora, que as grandes empresas não investem cá, etc.

Liberdade não é tornar os mais pobres dependentes do Estado e muito menos fazer com que os mais pobres (e os que não o são) andem a sustentar as grandes empresas, o que só ocorre devido à proteção do Estado (membros do mesmo que estão demasiado ligados aos interesses destas empresas) que permite estes monopólios – já a troika dizia que havia em Portugal excesso de lucros em alguns sectores (exemplo: basta fazer uma pesquisa no Google com as palavras EDP, rendas, ilegais e ler, ler, ler…).

Mas, a demagogia é grande! Assim, como o governo quis privatizar umas coisas, diz-se que este foi um governo super liberal – por esta altura, penso que leram os parágrafos acima e não aterraram no quarto parágrafo por milagre estatal, então já perceberam de que liberal este governo não teve assim tanto. Posto isto, agora liberal, para os menos informados, significa a defesa dos grandes interesses, das grandes empresas, dos muito ricos! Um liberal defende os direitos de propriedade e não as classes proprietárias! – coisas bem diferentes.

Mas há mais! Por vezes, mais vezes do que as desejadas, surge aquele comentário no Facebook do Sr. Manuel José, de Beja – desculpem o estereótipo – “tu és um liberal fascista! Seu nazi”. Face isto eu digo “chega de internet por hoje”. Um regime fascista está na mesma prateleira que um regime comunista, são modalidade de regimes não liberais. Num regime fascista não há liberdade e liberalismo é liberdade. Num regime fascista como o nazismo, a propriedade dos meios de produção residia no governo alemão, visto que era o governo alemão, não o proprietário privado, quem decidia o que deveria ser produzido, qual a quantidade, quais os processos de produção, a quem seria distribuído, bem como os preços e salários a pagar. Se o nazismo se associa a algo é ao verdadeiro socialismo. Esta crença do bem comum como superior ao bem privado, onde acabamos por não ter nem um nem outro (em vez do bem privado como o mais importante, visto que leva ao bem comum), e do indivíduo como meio controlado para os fins do Estado são as bases destes regimes.

As causas agora associadas à esquerda eram todas promovidas por radicais defensores do livre mercado e continuam a ser defendidas pelos liberais: feminismo (no sentido de direitos iguais para as mulheres, o sentido inicial; não neste novo sentido), anti-racismo, anti-militarismo, a defesa dos trabalhadoras e dos consumidores contra as grandes empresas protegidas pelo Estado (sinónimo de falta de concorrência), etc. Todo o mundo actual foi conseguido graças a ideias liberais. O fim da escravidão, direitos iguais ao voto, demorar três horas de minha casa a Londres, conseguir um almoço entregue em casa por 6 euros, etc. Impor condições e limites para a criatividade, inovação e investimento, e consequentemente progresso, é ignorar os últimos 200 anos da História. É a liberdade que leva ao progresso (que permite a muitos andar a fazer demagogia na internet).

Eu não duvido que, tal como nós, esta nova vaga de esquerdistas queiram aumentar o bem-estar da sociedade, mas querem utilizar os meios errados para tal fim. Um contrato de trabalho (seja o que a pessoa gosta ou não de fazer, seja bem pago ou não) é um acordo voluntário! Não se põe em causa o direito à liberdade e à propriedade, pelo contrário até, faz-se uso dos mesmos; o mesmo não se pode dizer de mais intervenção estatal, nacionalizações, expropriações, assaltos, mortes “em nome da liberdade”, entre outros. Tem de haver coerência, não podem andar a criticar as grandes empresas quando querem criar uma empresa gigante que aos poucos vá controlando tudo. O poder é muito tentador, muito mais quando há a possibilidade de ficar com aquilo que é de outro por direito – e por isto ser ilegal é que o Estado ainda continua a pagar, e a ser condenado a novas, indemnizações (estamos a falar em somas de milhões de euros) às famílias que foram vítimas das expropriações da Reforma Agrária de 1975, mas os meninos da esquerda acham que foi um acontecimento espetacular.

Eu quero que, aos meus 25 anos, a situação em Portugal seja diferente daquela que foi quando eu tinha 15 anos. Quero ter a possibilidade de, se eu quiser e tiver meios para tal, abrir um restaurante com um amigo sem ter de pagar X licenças e entregar Y ao Estado, retirando-me dinheiro para reinvestir. Mas, pelo caminho que isto vai, parece-me que quando tiver 25 anos estamos em novo período de austeridade, o qual é obviamente sinónimo de menos liberdade. Eu não preciso de um Papá que acha que sabe cuidar de mim (felizmente já tenho o meu biológico), de vocês só preciso é que me deixem ser livre.


Viewing all articles
Browse latest Browse all 50

Latest Images

Trending Articles





Latest Images